À minha amada língua portuguesa
Ah!, como amo tuas formas. Miscigenação resultante de riqueza (e pobreza e dominação e exploração) histórica. Tua complexidade é apaixonante, avassaladora, e tua simplicidade é a vitória dos derrotados.
Tem para todos os gostos: árcades, românticos, parnasianos; modernistas, concretistas e contemporâneos. Estás na língua de todos, desde os burgueses soberanos até os pobres suburbanos.
Tens o poder de embaralhar todas as réguas e compassos, fazendo com que um elefante e eu caibamos numa mesma página e até que tenhamos o mesmo peso e tamanho. Tu és a passagem e a própria viagem para terras inalcançáveis. Transportas quem a utiliza para lugares diferentes daqueles que seus corpos ocupam.
Estamos ligados intimamente. Cada palavra proferida é um beijo dado na própria língua. Não existes sem mim. Provavelmente, nem eu sem ti. Dentro de teu infindável sistema, escolher é revelar-me. Escrevo-te e descrevo-me.
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